Donnerstag, 14. Juni 2007

i think about you all the fucking time



quando via imagens de filmes, de livros, ou simplesmente imagens da vida, às vezes ficava triste. imagens de dois amantes. de mãos dadas, abraçados, um beijo à chuva, a esfregarem a cabeça do outro no banho, enrolados a dormir. tanta coisa. ficava feliz, porque eram esses pequenos contos de fada que me faziam acreditar e crer no amor. mas triste, porque não partilhava isso com ninguém, triste, por não saber o que era o amor, simplesmente o amor.até que tu apareceste. por causa dessa tua memória tonta, por causa de um restaurante japonês. pensei várias vezes, 'vou-lhe dizer qualquer coisa'. até que um dia disse. e deparei-me com alguém que se preocupava. tu. e aos poucos, deixaste de ser apenas um nick, apenas um nome, apenas um conceito. até que deixaste de ser apenas um amigo. és alguém, és real, e posso dizê-lo, meu.olha para mim. namoramos há mais de um ano, e ainda continuo maravilhada. contigo, connsco. ainda falo com a mesma paixão, ainda sinto o mesmo aperto no estomâgo e o coração a bater depressa, cada vez que nos penso. e ainda digo amo-te, com o mesmo tremor na voz. com a mesma certeza. com a mesma paixão. com cada vez mais paixão, mais intensidade, mais sentido. com cada vez mais nós. nós. é engraçado. um dia acordamos, e já não concebemos a nossa vida antes do nós, antes de existirmos assim. sem ti. nem damos conta - quando vamos a ver, já é assim, já estás demasiado entranhado. em tudo, até no mais pequenos dos gestos, até no maior dos pensamentos.é bom descobrir estas coisas contigo, é bom aprender a viver.

dizes amo-te baixinho, com uma voz rouca. murmuras-mo, sopras-mo. não como garantia de algo, não para me segurar, mas porque é, e às vezes, como uma alarme de cuco, é preciso deixá-lo sair. é preciso soltá-lo e deixá-lo voar, também. há coisas que são tão grandes, que temos que as partilhar, que temos deixar bocadinhos sair, ainda que seja baixinho. e são tão grandes, que não se perde nada. pelo contrário. assim deixa de estar só dentro de nós, para estar por todo o lado. um dia li que os amantes falam baixinho, ou nem falam até, porque os seus corações estão tão próximos, que facilmente se ouvem. é por isso que eu não preciso de falar? que respondes às minhas perguntas ainda antes de eu as fazer? que temos as mesmas ideias, e os mesmos pensamentos se atravessam ao mesmo tempo nas nossas cabeças? é capaz. ou então é porque às vezes somos um. só uma alma, com dois corpos. dizem que isso é a amizade, uma alma em dois corpos, mas que somos nós senão amigos? best friends with benefits.às vezes estou nos teus braços, com a cabeça no teu peito, e oiço o teu coração bater. e não sei do meu, não o oiço bater, mas sei que eles batem ao mesmo tempo, ao mesmo ritmo. é bom isso. como é bom que o teu bater de coração seja a minha canção de embalar.